Eros


E agora que chove e tu não estás ,
danço em estado liquido.
Arrumo pensamentos endiabrados
e vontades censuradas ...
Molho-me ,
quero morder um pouco do teu âmago
Como maçã de fogo sumarenta que retraço,
e ouvir-te gemer tão alto
como para onde me levas na boca do Inferno ,
quando dizes que o céu é a minha casa
Choramingas,
que não estás nela porque te castigaram , 
Pobre anjo caído da árvore do pecado
Controlo-me .
Apenas porque chove e apareço nas tuas janelas
Desfeita em bocadinhos de água inócua
Aceno-te e provoco-nos com a metamorfose
De dias cinzentos a noites solarengas ,
não existem horas para expurgar a insânia
Os elementos tomam conta da situação
querem-nos até aos ossos  !
Não nos deixam em paz .
As camas desfazem-se
Deitam-nos no papel 
E se gritas enfurecido
eu rastejo-te pelo corpo e sibilo.
está calado.
cala-te.
cala-te
cala-te.

Deixa -me fazer o meu trabalho.



Sarah Moustafa





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