O Primeiro Amor


«Eu te amo. Mesmo negando. Mesmo deixando você ir. Mesmo não te pedindo pra ficar. Mesmo não olhando mais nos teus olhos. Mesmo não ouvindo a tua voz. Mesmo não fazendo mais parte dos teus dias. Mesmo estando longe, eu te amo. E amo mesmo. Mesmo não sabendo amar.»

— Caio Fernando Abreu


O Primeiro amor é pioneiro muito mais do que no amor em si. 
O Primeiro Amor é também o primeiro grande desgosto, é a primeira lágrima derramada , a gota de agua salgada, que perdura no tempo por ter sido a eleita principal na sua função.
O Primeiro Amor é o descobridor das sensações explosivas, das sensações fantásticas que enchem o peito de incentivo, que perfumam o sonho alumiado nas paginas dos contos, outrora lidos e invejados. É a primeira oportunidade de dizer que afinal o conto é real! É a primeira oportunidade de o vivenciarmos para alem da imaginação.
No primeiro amor levamos avante a idealização do romance, das bolhas flutuantes, dos toques quentes, das caricias lascivas, curiosas no seu impulso, dos beijos envolventes na sua excepcionalidade ímpar á novidade inerente.
No primeiro amor, o menino sente-se um bocado Homem, mesmo sem a barba, mesmo sem a musculatura, simplesmente sente-se e ai de quem revogue a prerrogativa.
No primeiro Amor a menina, sente-se um bocado mulher, mesmo sem a curvatura ou a carne consistente, simplesmente sente, e o sentir não é logico ou racional, e peca por as vezes na rede da premissa se envolver.
No primeiro amor não há misturas dessas, tudo é primitivo, espontaneo, absoluto.
O riso ecoa como nehum outro, a tristeza abafa, dilacera e perdura.... como nenhuma outra.
O primeiro amor é mestre de muitas coisas para alem do principal.
O amor que pela primeira vez desabrocha, e que nunca, em tempo algum, se demarca da função iniciada.
Nunca se esvai da da lembrança, por mais esforços que se faça, é mancha peduravel na alma, mancha que o coraçao faz questão de fundir diariamente na profundidade da memoria.
Não importa com quem se está no presente, com quem se irá terminar no futuro, nada cessa a funçao do primeiro amor.
Nenhum desenvolvimento, por pior ou melhor, ao longo do curso de vida, extingue o fogo despontado, chama alta em tempos, brasas presentes, nos sobejos do templo que ruiu, continuam aquecer, continuam a deleitar, continuam a magoar na sua insistência de permanência forçosa  á individualidade que um outro amor possa ter, nas proporções referidas.
 Está sempre presente, a machucar, a iluminar e abençoar. A abençoar a pessoa passada, a pessoa presente  e a pessoa vindoura.
Independente do quê, do quando, do porquê e do se...

Sempre.


Sarah Moustafa

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