A Dor



Dor porque me invades? Porque em todo o teu pesar sentes a necessidade de me fustigar desta forma?
Porque me permites saborear o doce sabor da felicidade para logo depois, na tua cruel intromissão, me retirares o viço dos meus olhos....aprecias vê-los baços?
 Perdidos num limbo de compulsão onde o sofrimento reveste cada partícula do meu ser...
As defesas tentam até ao ultimo suspiro defender me da tua invasão mas sem sucesso padecem esmorecidas nos meus braços débeis e choro compulsivamente pela incapacidade de resistir ao teu poder.
Asfixias todo o oxigénio que no meu corpo habita e satisfaz-te fazê-lo, imagino te em forma humana e imagino tão claramente os olhos a cintilarem com o meu desalento...
Nos poucos segundos que restam questiono-me se verdadeiramente fiz tudo para impedir a situação presente... e dolorosamente concluo que não.
Não o fiz, deixei -me assomar pela melodia que a dor , confortável, cantou durante tantas anos...preparando-me, tal presa da sua caça, para este fatídico momento.
Porque não te combati?
Que esperava eu, aguardando, um cavaleiro salvador quando o verdadeiro guerreiro está em mim!
Que desperdício de tempo...que triste é cessar a minha vida desta forma... ah se pudesse retomar aos tempos idos como mudaria tudo...como me esforçaria para alterar as condicionantes que eu propria impus na minha vida... Que lamento... Ser tão tarde...

Na aurora da manhã acordei ofegante....Não passou de um pesadelo imenso ou de um prenuncio daquilo que irá acontecer se não mudar a minha estratégia?
Afinal nunca é tarde...até deixar de ser.

Sarah Moustafa

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